segunda-feira, 30 de abril de 2007

Sobre o Treino Livre do Balaio - Impressões de Chris

Dois sonetos escritos pelo Chris, após experiências no Treino Livre do Balaio

Anárquica Condição


Uma idéia imprecisa, um suspense, um sofreguidão
Desencadeou uma forma incorreta de artesanar
O corpo que é o instrumento da mente, o seu lar
Determinou que o movimento do vento dá vasão.

O leve balaio que leva o alívio deste corpo/ação
É o balaio de que saio pra livrar-me do cercear,
Que o sistema me condenou para me aprisionar,
Como aprisionei por tanto tempo meu coração.

Deito-me tranqüilo sobre as rodas de Sol a Sol.
Levanto-me pleno para esbravejar meu grito.
Qual mutirão criará vida por este deserto atol?

Senão o mesmo mutirão que tirou o formol
Que matava o ideal mais simples e bonito:
Que é o presente imediato do seu lúdico sorriso.

Chris Clown "8"
Está foi uma das impressões que tiva do balaio...Um abraço camarada.



Convenção de Loucos

Rostos que se abrem pra alquimia.
Sorrisos que escondem o inerente.
Tristezas que se igualam a alegria.
Sonhos que se fragmentam à frente e eloqüentes.

Mãos que bailam e embalam a tirania.
Pés que clamam pela ânsia insurgente.
Desejos que liberam tudo que angustia.
Segredos libertados pela dor que a gente sente.

Corpos leves, pesados, disformes, contrários;
São corpos talhados por sobre os corpos.
Mentes sãs, sentidos aguçados são tão hilários

Pras mentes sãs que já não se vê em espólios.
E tudo é torto e um tanto caótico pro olhos
Mas elevam a alma bem acima dos capitólios.

Chris Clown "8"

Está foi a outra...E outro Abraço.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Treino Livre do Balaio

Há uma fresca efervescência que traduz um front de batalha inicial da arte a favor da barbárie, a favor da construção de uma identidade dos povos bárbaros vindos de terras distantes chamadas Periferia. Eles treinam entre paredes esburacadas, tetos com goteiras, sol na cabaça e muita, muita poeira vermelha. São guerreiros de Domingo que saem de suas tocas escondidas pelas estradas de ferro, ruas e vielas que cortam as vilas e favelas de uma São Paulo além de seus limites territoriais. Cruzam os limites do social e rompem as barreiras do econômico pra esbarrar na criação do espaço coletivo a descoberta do próprio senso e consenso do que diz respeito essa safada palavra. Estão armados da noção de guerra pacífica e correm no contrafluxo das rotulações e prestações de contas no mundo cultuado cultural da elite do saber. É um movimento secreto, que age na escuridão e na sombra, na penumbra das vistas observadoras inimigas, nas costas dos invasores. Invadimos quietos e chegamos de fininho. O ataque é sempre uma surpresa e cheio de alegrias. E tristezas. Depende do dia. Temos cerca de AR 15 Esquetes, Granadas Musicais e algumas Minas, com variantes, pode ser Mina na Lira, no Trapézio ou no Tecido. Pode ser Mina Elástica também, se quiser atrair um publico um pouco mais venéreo. Faça sua encomenda e entregamos a barbárie no endereço registrado em nossa caixa de mensagens. Mas lembre-se, você pode receber nossa vista sem que sejamos convidados. Aí será Deus nos Acuda, sem ninguém pra assumir a responsabilidade. A única que sabemos é a da responsabilidade do movimento.

Está aberta a página para manifestações a favor, contra, ou em cima do muro a respeito das experiências do Treino Livre do Balaio.

Mande seus textos para leandro_hoehne@yahoo.com.br para que sejam postados

Sem mais.

Leandro Hoehne